quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Laços em Chá

          Ah, mas nada que não se resolva com uma bela xícara de chá. O tempo esfria lá fora, as gotas da garoa fina vão direto ao chão e o ambiente refresca. A água vai para o fogo enquanto faço outra coisa qualquer. Talvez me perca em mim pensando na vida ou em qual será a programação do dia seguinte. Chá mate à granel, coloco generosamente, gradativamente e já me armo de uma colher pronta para mexer na fervura. As bolhas geram vida a erva tostada, como que dançassem durante a soltura de sua essência. Quase se derrama no fogão, mas para isso era a colher.
          Sinestesia é gerada pelo calor da bebida capaz de aquecer corações, acolher abraços e amenizar o frio que vem de fora. Como se a solidão solidez não fosse tão notável e como se absolutamente tudo fosse possível. O mundo que gira conosco presenciar nossos gritos aos quatro ventos e nossa esperança para que os pedidos feitos pudessem ser realizados, essas coisas. Tudo cabe em uma xícara de chá, em uma xícara de sonhos.

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