domingo, 13 de maio de 2018

Um pouco de quem somos: sociedade e pessoas

Você é como você se vende. As pessoas valorizam também [tão bem] as provas que você deixa nas suas redes sociais. É como viver duas vidas: uma real, tátil, em que você vai certamente colher o que planta e sentir os dias passarem, em que você vai trabalhar duro para chegar onde deseja, querendo viver como se não houvesse amanhã [afinal, você pode amanhecer morto, mesmo. Mesmo que planeje seus dias e coisas que tem que fazer]. E outra real também. Que não interessa o que tiver feito ao mundo, se errar na sua cópia digital, estará arruinado. Chegamos num momento em que não é mais lazer, é dedicação e reputação porque aquilo precisa ser moldado a cada dia.
A pergunta é: por que?
Nos tornamos tão "vigiáveis" quanto somos vigias. Julgamos mesmo que inconscientemente. Corrigimos aquilo que julgamos errado ao nosso olhar, mesmo que não seja pronunciado. Não sei se é a necessidade de encaixe ou de pertencimento: só que, as vezes, são ações e motivos tão simples que podem destruir qualquer perspectiva de relação. Quando nos importamos mais com as coisas do que com as pessoas.
Mas não dá para tentar falar por todo mundo, porque esse é um erro que volta ao começo do texto.
Construímos expectativas conforme vemos o que nos deixam ver. Dá para dizer que só [ou nem?] você conhece a si próprio. Libertamos faces e ações diferentes que condizem com cada um dos relacionamentos que temos com as pessoas. Assim como temas diferentes vem para as conversas, também tentamos prever como o outro irá reagir em cada determinada ação. Outra humanidade vem à tona: o medo de errar.
Principalmente nesse século, são muitas as doenças mentais. Elas sempre existiram, mas agora são vistas, (mais) aceitas e tem tratamento. Cada pequeno gesto, desde pequenos, molda cada um de nós. Traumas de infância podem ser superados ou se "encubarem", vindo de encontro com o presente e sendo a causa ou a explicação para o que vivemos hoje. É alto o medo por rejeição, de não se encaixar em algum grupo de amigos e se ter de encarar tudo sozinho. Podemos nos acostumar, mas nunca será a situação ideal. É a reafirmação do indivíduo como pertencente a uma classe moral e fazendo diferença dentro da sociedade. Ou acaba sendo mais um dentro da massa, porque apenas querem suas habilidades e sim, esteja ciente de que você vai ser dispensado quando não for mais necessário.
O que nos define humanos são os sentimentos.
Por mais que sua aparência e construção de imagem, a princípio, definam até onde você vai, a necessidade de pertencimento remete a acolhimento, a conforto, a amor. Aos sentimentos que fazem com que tudo não seja só frio, racional e direto. Porque podemos ser mais, nos construir como mais e porque nossos sentimentos podem sim, importar. O que nos salva e nos ajuda a se distanciar de calamidades são sentimentos.
Saiba que sentimentos são você.

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