Como existe
quem tanto se importa
em olhar para trás
memórias prescritas
reescritas
memórias que só eu lembro
recortes de situações tão pequenas
tão mínimas
pílulas de boas risadas
o carinho que se tem
cada cena compartilhada
o que tanto se gostaria de estragar
rasgar, remontar
reescrever por conta própria
mesmo que talvez o ato de lembrar já faça isso
certos sentimentos tão exatos
vontades turvas
a realidade que não deveria existir
e o final da história que já se sabe como é
[afinal, já aconteceu antes
e, nesse ritmo
aconteceria quantas vezes mais
fosse necessário
depois de tropeçar
nas mesmas pedras
e vale à pena?
esse tipo de amar?
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