sábado, 17 de setembro de 2022

tudo que cabe no ar

Não há nada mais sincero 
E secreto 
Do que cativar

Quantos planos foram necessários 
Ou será que só bastou um olhar
E de repente
Toda a esperança 
Teve um lar

Quais serão as peças 
Que a mente será capaz de pregar

Que memórias irá custar
Quando as palavras são emprestadas do passado
E por passar, perdem o jeito
O feitiço, o desejo
Enquanto o eu-lírico pesquisa
Num espelho, devagar
As respostas que não encontra

E o que se encaixa, irá saciar?

Quantas vezes apenas
Parece que as memórias foram gravadas
Erradas
Sucatas
E que o momento desenhado em cinza
Foi pintado num azul-ar

A cada respiro, suspiro
De quem um dia soube -mar

Ou pelo menos, soube ficar
Esperar
E esperar

Até o instante distante em que tudo irá cessar

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