espaço de acolhimento
quando a solidão
enfim consegue parecer
pequena
diante da imensidão da natureza
e das gotas que caem
levam embora cada pensamento ruim
[ou pelo menos faz com que eles se escondam
a imensidão lá fora não se compara
à imensidão daqui de dentro]
queria que a chuva levasse tudo
além da metáfora
como cada toque insistente
como aquela melodia
chiclete que gruda
e se torna incapaz de esquecer
como os ombros, em sua tensão
como a mente, com o coração
percepção
e como se estudar fosse o suficiente
e quem mais seria capaz de julgar
aquele que lê
e não sabe que
é para quem eu escrevo
como se essa conversa exigisse uma resposta
um cadeado, atado
à arte que não se compara
e respira, e ataca
e ainda tenta
entre as rachaduras
esvair
desaparecer?
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