sábado, 13 de novembro de 2021

Nada como digitar em um sábado à noite

Já faz tanto, tanto tempo
que não visito esse espaço
que não faço casa
não me desfaço

quando os outros olham 
nesses olhos
olham mesmo para dentro
de quem?

e do jeito que curvo a cabeça
para um lado
para o outro

enquanto escrevo,
tudo me parece torto

como se nada mais
fizesse sentido
nem mesmo estar aqui

as teclas estão leves
e a mente puro caos

não há espaço para o vazio
nem mesmo nesse ambiente
nessa voz que falha
e ao encarar, hesita

quando o pássaro desaprende a cantar
a confiança não é nem mesmo
um suspiro nessa corda-bamba

como se um mísero sopro
fosse capaz de 
fazer desabar
esse castelo de cartas

que são minhas emoções

mesmo sendo minhas,
as desconheço
nunca estive aqui
presente nesse momento

e se antes esperei por isso, o antes já se foi.

só resta um amanhã

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