sexta-feira, 24 de agosto de 2018

[Des]concerto

É como se a alma quisesse fugir do corpo e rodopiar a cada arrepio.
É transe e espetáculo.
Quando foi que comecei a perceber as coisas assim, desse jeito?
Eu ouço seus cliques que rodeiam, frente e trás
Sinto seu movimento e seus atos
Mesmo sem te olhar
As cordas cantam enquanto fazemos a nossa poesia
Eu, em palavras
Tu, em imagens
             [ainda me atrevo a chamar de nossa, num momento compartilhado
Como se o violino

Chorasse
Mas dissesse que tudo há de ficar bem
Como meus teimosos olhos
O tom aumenta
Desespero
Mas não, ainda não
"Não é aqui que me acabo"
Nossa conversa se interpela
E perco o eu de vez na melodia
O lírico

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