domingo, 17 de dezembro de 2017

Desabafo

          Eu queria estar conversando agora. Com alguém que me ouvisse, independente de qual fosse o assunto. Com alguém que me abraçasse sem eu ter que pedir.
          Hoje, aqui, sou só o vento e o silêncio pouco cortado pelos movimentos dos carros.
          Casa me lembra caos que me lembra respostas que eu queria mas não tenho que me lembra eu. Eu sou casa sendo caos, sou caos sendo casa de mim. Isso me lembra o quanto eu queria fugir de mim, desse receptáculo de ideias conflituoso, sensível e desamado.
          Des do desespero do desde do descompasso, quando me deixo escapar por entre os dedos.
          Queria pertencer a alguma subjetividade de asas, de transformar e deixar seguir por entre as árvores.
Minha memória é minha herança. Dar importância aos descaminhos do tolo, dos esmeros que construíram o eu que escreve. Também os eus que teimam na arte esconder todo o exato que queria dar. Um fundo de destruição na criação de um cais.
          Mas no fim, eu só terei eu mesma.

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