quarta-feira, 4 de julho de 2018

Narrativas manhãs

Eu sei que nem tinha motivo para estar ali.
Que realmente, quando você perguntou
"Mas porque você ainda está aqui?"
Eu não tinha mesmo razão.

Eu queria te ver
Queria sentir alguma coisa diferente pelo menos uma vez
Dentro daquela maldita semana
Mesmo que esse sentimento fosse comandado pelo costume da mente
Não necessariamente do coração
Porque não sei se o coração sente
Se sabe sentir

Eu quis puxar conversa, quis fazer render
Quis guardar um momento que para você era qualquer
Mas que para mim
Significava ter alguém diferente se importando comigo dentro daquele cotidiano
Abraço de palavras, de voz, de rosto
Porque não tinha mais motivos (olha eles aqui de novo)
Para ver você toda semana

Para te deixar protagonizar minhas narrativas
Meus hipotéticos desejos de toque
Roubar palavras
Irritar, ao mesmo tempo que aquecer

Mas deixar tudo aquilo se tornar cotidiano novamente
Quando eu me viro e vou embora
Vou embora do contato
Volto a ser paisagem, dentro dos seus olhos,
Quando não me persegue indo
Como faço com você
Maus costumes

Mas passa quando se encerra a manhã
Amanhã
Um dia.

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