terça-feira, 17 de julho de 2018

Champanhe e carolinas

Hoje foi um dia em que a vida não passou a roupa. Seguiu amassada, como que contando detalhes da noite. Noite com cinema, noite com Livros, noite com gente, noite com festa (ou fim dela, já que acabaram as taças de champanhe e as carolinas, doces de doce de leite). A taça e os livros vieram passear como que relato das teimosias de uma noite gratuita. A começar pelo passe de ônibus. Demorou umas cinco musicas, pelo menos, para chegar ao primeiro destino - o segundo seria certamente o sossego de minha casa. Casa bagunçada, casa com realidades demais em esforço para acabar com o que aconteceu. Assim como os pensamentos. Inda ecoam, em teimosia, bradando que estar lá ou não não faria diferença e que o sentimento adequado para agora seria o de ter sido um estorvo ao outros. Mas que seja? Mais conhecidos, mais autógrafos, mais fotografias. Versos entoados na dança das imagens na tela que tentavam retratar o dito, o não dito também. Palavras são imaturas, rimas em rupturas com que idade você entrega essas amarras? Uma vez dito, já se foi. Ganha o mundo em um processo - positivo ou destrutivo.
A champanhe era amarga, as carolinas bem doces, o croissant mandou dizer que também estava. Só ele, sem o recheio. E frio para completar a sintonia com o ar-condicionado dos ambientes.
Mas voltamos ao fato de que isso ainda é uma noite de terça-feira. A vida tem que continuar. Dar um jeito de dormir em meio ao caos que divide moradia comigo se torna uma solução temporária. Espero que amanhã,  sendo novo novamente, ele resolva fazer as malas e partir. Ou eu tenha finalmente poder de o expulsar. A vida não fez desamassar minha roupa, nem os esforços de calor na saia, nem as pregas da camisa. Talvez
Ela tenha feito desmarrar o dia.
Lamentos nós deixamos acabar aqui, por hoje.

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